Três casos em que a perícia foi fundamental para a solução de crimes

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Se você já assistiu séries como CSI e NCIS, você sabe que a perícia forense é fundamental para a resolução dos crimes por elas retratados e de suma importância para a solução de crimes, que muitas vezes envolvem homicídio, por exemplo. Foi o que aconteceu em casos famosos no Brasil. Dessa forma, serão trazidos aqui alguns casos emblemáticos relacionados à aplicação das Ciências Forenses no país. 

1) Lembram-se do caso que ficou conhecido como PC Farias?

Em 1996, o empresário e ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello à presidência da república, Paulo César Farias, conhecido como PC Farias, e sua namorada Suzana Marcolino foram encontrados mortos em sua casa de praia, em Maceió. A primeira versão suscitada era de que Suzana havia matado PC Farias e, em seguida, se suicidado, em função de um crime passional. A história contada à época era a de que o empresário estaria saindo com outra mulher, Cláudia Dantas.

Mas havia algumas inconsistências na narrativa. Uma delas era o fato de que o revólver encontrado na cena do crime não tinha digitais. Se Suzana tivesse mesmo matado PC Farias e, depois, se matado, ela deveria estar com luvas nas mãos, que não foram localizadas na cena do crime. Dessa maneira, o perito envolvido no caso, ao analisar as gravações das ligações do celular de Suzana, constatou a presença de uma terceira pessoa no local do crime.

Somado a este fato, a família Farias havia queimado o colchão e os lençóis onde estavam os corpos, menos de 72h após o crime, além de que os seguranças de PC não haviam ouvido tiros, o que provocou dúvidas a respeito da versão de assassinato seguido de suicídio. Poucos anos depois, em 1999, a polícia encerrou o inquérito sobre a morte de PC e sua esposa e indiciou os então seguranças e o irmão do empresário, como responsáveis pelo crime. Quase 30 anos depois, ninguém ainda foi condenado pelo ocorrido.

A história de Paulo César Farias é contada no filme “Morcego Negro”, lançado em 2023.

2) Qual foi o resultado do julgamento pela morte da menina Isabella Nardoni?

Em função da ausência de testemunhas, a morte da menina Isabella Nardoni não teria sido solucionada se não fossem as provas técnicas, produzidas pelos profissionais de Ciências Forenses. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá se diziam inocentes até o fim do julgamento, até que a perícia trouxe provas que contrariavam suas narrativas. Vamos relembrar do que se tratava o caso?

Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, foi morta na noite de 29 de março de 2008. A perícia concluiu que a menina foi atirada do sexto andar do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na Zona Norte de São Paulo.

A versão do pai e da madrasta era a de que alguém teria entrado no apartamento e jogado a menina pela janela. Segundo o casal, eles teriam chegado ao prédio naquela noite com Isabella e os dois filhos. Alexandre Nardoni teria subido primeiro apenas com Isabella, que estaria dormindo. Depois de deixar a filha na cama, ele teria voltado à garagem para ajudar Anna Carolina com os outros filhos. Ao voltar para o apartamento, Alexandre teria encontrado a porta aberta, a tela de proteção cortada e a menina caída no jardim do edifício.

No entanto, essa versão foi desmentida pela perícia, uma vez que rastros de sangue foram encontrados na porta de entrada do apartamento do casal, na sala, no corredor e no quarto dos irmãos da menina. Havia sangue na maçaneta, no carro da família, na tela de proteção e no parapeito da janela do quarto das crianças. Além disso, os laudos apontaram que havia indícios de que Isabella havia sido espancada antes da queda, sem sinais de arrombamento do apartamento ou furto. 

Diante das provas, a defesa dos Nardoni não contestou as provas técnicas, mas ainda argumentou que elas não comprovaram a culpa do pai e da madrasta de Isabella. Após cinco dias de julgamento, o júri condenou o casal. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos e Anna Carolina Jatobá, a 26 anos, em regime fechado.

O caso Isabela Nardoni é retratado no filme “Isabela: o caso Nardoni” (2023) e está disponível na Netflix.

3) Quem nunca ouviu falar de Suzane von Richthofen?

A perícia feita na casa de Manfred e Marísia von Richthofen levava a crer que os assassinos deviam ser íntimos das vítimas. Em pouco tempo, a filha do casal, Suzane von Richthofen, e os irmãos Daniel e Christian Cravinhos foram descobertos como os responsáveis pelo crime e acabaram confessando. Mas qual foi a atuação dos peritos e médicos legais neste famoso crime que escandalizou o país?

O casal Manfred e Marísia von Richthofen foi morto em 31 de outubro de 2002 com golpes de barra de ferro. A polícia fora chamada por Daniel Cravinhos, namorado da filha do casal. À época, o genro das vítimas disse à polícia que a casa parecia ter sido assaltada.

No entanto, havia a suspeita de que o assassino fosse íntimo da família, principalmente porque a polícia encontrou o fundo falso de um armário revirado. Suzane, confrontada, contou não ter mexido na casa e disse ter visto a pasta que guardava o dinheiro da família, na biblioteca, rasgada. No entanto, essa versão era incompatível com a cena encontrada. A pasta estava de fato na biblioteca, mas com o corte virado para baixo, impossível de ser visto sem que se mexesse no objeto. Além disso, o rosto das vítimas estava tampado, o que costuma ocorrer geralmente nos casos em que as vítimas e os agentes do crime são conhecidos.

Confrontados com a análise da perícia, Suzane e os irmãos Daniel e Christian Cravinhos confessaram o crime. O Tribunal do Júri condenou Suzane Richthofen e Daniel Cravinhos

O crime é retratado nos filmes “A menina que matou os pais” (2020) e em “o menino que matou os pais”, (2021), ambos disponíveis no Amazon Prime Video.

Como posso aprender mais a respeito das Ciências Forenses?

Em resumo, os casos de PC Farias, Isabella Nardoni e Suzane von Richthofen são exemplos incontestáveis da importância das Ciências Forenses na solução de crimes complexos e emblemáticos no Brasil. Essas disciplinas, com suas técnicas e métodos avançados, têm a capacidade de revelar a verdade por trás de narrativas falsas e levantar evidências irrefutáveis, fornecendo justiça às vítimas e à sociedade como um todo.

Diante desses exemplos, torna-se evidente o papel vital que os peritos e médicos legistas desempenham na busca da verdade e na garantia de que os crimes sejam solucionados da maneira mais justa possível. Portanto, é crucial que os profissionais que se interessem pelas Carreiras Policiais invistam na sua formação e capacitação na área das Ciências Forenses.

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